sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Poemas: Manassés Pinheiro de Almeida.

.
SENZALAS

Todos os astros são corpos celestes
Que brilham no espaço?
O astro-rei que as ilumina
Não faz chegar o sol nascente
O teu povo só contempla o sol poente
E para que a rima fique na mente
De trás para a frente
Façam com que teu povo
Não contemple o sol morrente.


ADOLESCÊNCIA

Ser adolescente
É ter o mundo nas mãos
Mas bumbum e nariz empinados
Não significa total sabedoria
Inesperiente para ousadias
Nem todos conseguem
Ser essa uma passagem sadia
É tempo de mudanças externas
E internas com o passar dos dias
O adulto que será mais tarde
Depende do adolescente que foi um dia.


CIDADANIA


O verde que vedes na praça
Não simboliza esperança
Quando há cercas que impedem
Acesso ao tapete verde
Que a ti pertence,
Segundo tese.

Deitar e rolar na grama
Não é, sequer uma pretenção
Quando não se observa
O feito e a receita.

O feito pode ser equivalente
Às gotas que saem da fonte
A receita pode ser do tamanho
Do volume dágua de um ribeirão.


PERFUME ARTIFICIAL

Perfume artificial
É cheiro que dura pouco
Com o passar do tempo
Cheira mal.

Se é perfume passageiro
Que adianta afinal!?
Cheiro que dura pouco
Boa coisa não indica
É mesmo o que estás pensando
É um sinal de carniça.

Perfume para ser bom
Tem que ser natural
Do contrário, não se justifica
Será outro o atributo
De vez em quando
Existe flor a exalar perfume
Que não dá doce fruto.


DESTINO DO LIXO


Da rua para a lixeira
Da lixeira para o caminhão
Do caminhão deveria ir para o lixo
Mas vai para o lixão.

O lixão muitas vezes é
Produto da palavra luxo
Quando cada letra do luxo
É formada pelo lixo.

Não houve eliminação
Apenas transposição
E pior ao se constatar o delito:
O luxo é consequência do lixo.

Luxo só rima bem com lixo
No momento em que lixo forma luxo
Depois, luxo é luxo e lixo é lixo.


O QUADRO, ANTES DA CONQUISTA

O quadro não é negro
É da cor da floresta
Há esperança de festa
Se alguém não amarelar
E se os Rs continuarem
A bem tratar o planeta
Que a gente vê através
De luneta
O movimento da redonda
Isso não é onda
Todo mundo torce e pensa
Pela conquista do penta.


VIAJANDO

Os caminhos que percorri
Na aurora da minha vida
Vou falar por onde andei
Para chegar ao Céu.

De Luís Gomes, no Rio Grande do Norte
Mais precisamente da Serrinha eu decolava
Passava pelas Baixas-verde
A de cima e a de baixo.

Primeiro pela de cima
Depois pela de baixo
Sem atropelos
Chegava às Ovelhas.

Logo depois pousava na Paraíba
Localidade Poço das Antas
Então e agora Poço Dantas
Para ver principalmente o meu xodó
O povo da casa de vovó.


FLOR NA PRAÇA

A flor enfeita a praça
A praça enfeita a rua.
O enfeite que se vê na praça
É menor que o da mente. Que Mente!

Quanto ao enfeite da mente
A flor é fantasia
É para todos e acaba em poucos dias.

Acontece frequetemente,
Quando se consente
O enfeite da mente que mente
E serve para pouca gente.


MEMÓRIAS

José Fernandes da Silva
Esse senhor é falecido
Ele tinha um apelido
E recebeu um troféu.

Digo para o pessoal
E para os homens de renome
Ele dá nome, a uma escola estadual
Em Luís Gomes.

José Jáder Torquato
Mais conhecido por Deda
Foi quem teve a idéia
E realizou esse papel
Prestando essa homenagem a seu Zéo.

Na escola Zéo Fernandes
Ninguém é melhor ou pior
Da fundação aos dias atuais
Pode até registrar nos anais
No zéo, o professor também ensina e aprende
E o aluno aprende e ensina.

Assim, fica tudo em cima
Como diz a boa gíria
Não é preciso de ira
Para trilhar bem nos caminhos do saber
Não é preciso aparecer
Apenas mostrar a verdade
Doa a quem doer.

E para não adoecer
E haver mais encanto
Entre docentes, discentes e o povo de fora
Em boa hora foi criado o canto
Que não é o de uma Arara
E aposto que não é mofino
Por Arácima Costa Josino.

E para parecer um bis
Foi escrito com giz
O canto também não é
O de um concriz
Continuado por Ana Evarista de Assis.

Com a saíde de Ana Evarista
Neile e Rosineide entraram de vez
E estão a se comprometer com a causa
E estão a dar aulas
Por isso coloquei-as na lista
Das que lutam pelos cantos
Pelo sucesso do canto.

O canto não é imoral
Muito menos da estirpe de Judas
Refiro-me ao que proporciona ajudas
O Canto Coral Maria Dubas.

Alunos e professores, com tino e tirocínio
Da escola, sem demora, produziram o hino
Para ser lembrado e cantado no dia-a-dia
E para que haja mais luz
A melodia é de Valterluz.

Aqui, encerro meu Jesus
Sem precisar ser varonil
Não é de um a mil
A nota que peço
Basta que ofereça de um a dez
Mesmo se achas esquisito
Uma nota, para esses escritos de Manassés.

Julho/2004, data que foi escrito o último poema.